Suelly Soares conta que, desde pequena, seu maior sonho era ser mãe

Por Gabriella Collodetti

No mês de janeiro deste ano, o Grupo Aconchego lançou o livro “Adoção Tardia – Relatos de famílias nascidas de uma escolha”. O projeto tem o intuito de apresentar relatos de pais e mães que se uniram para registrar as suas histórias com a adoção de crianças mais velhas e adolescentes. As vendas da obra, que pode ser adquirida virtualmente (https://cutt.ly/5z4xIk9), são repassadas em benefícios de projetos como Apadrinhamento Afetivo e Família Acolhedora.

Suelly Soares, funcionária pública, voluntária do Aconchego e também co-autora do livro, conta que a sua participação está intimamente ligada ao seu maior sonho: ser mãe. No capítulo, ela aborda brevemente o processo para concretizar esse desejo.

“Foi emocionante poder eternizar um pouco da minha história e da realização do maior sonho da minha vida por meio de uma publicação. Além de ser uma realização pessoal, o livro foi feito com o objetivo de mostrar para mais pessoas como podemos filiar sem ser, necessariamente, pela gravidez”, conta.

De acordo com a voluntária, o livro mostra que os pais e mães adotivos são pessoas normais, com dificuldades e defeitos como qualquer pessoa, na busca por uma família saudável e feliz. A obra não apresenta histórias irreais. Na verdade, é repleta de relatos sinceros de quem ousa ir contra o preconceito sobre a adoção, principalmente no âmbito tardio.

Para incentivar a troca de experiências, o Aconchego proporciona, todo terceiro sábado de cada mês, encontros – agora, virtuais, devido à pandemia de Covid-19 – para que outras pessoas escutem as histórias de quem já vive, na praxe, pós-período de adoção. “Sempre reforçamos que não se trata dos pais, em si, mas sim sobre as crianças que ficam nas instituições de acolhimento por anos e anos”, explica Suelly. Por essa razão, o debate sobre a adoção tardia se faz presente com constância.

 

Suelly, uma das primeiras voluntárias do Aconchego, sempre sonhou em ser mãe

História com o Aconchego

Suelly é uma das primeiras voluntárias do Aconchego. No ano de 1998, ela foi à Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal para se inscrever para a adoção. Na época, a assistente social que a atendeu sugeriu que a busca pelo Grupo Aconchego. “Entreguei os meus documentos para o cadastro e comecei a frequentar o Aconchego com a minha mãe e o meu pai, pois sou solteira e eles eram meus grandes companheiros nessa jornada. Nós nos sentimos muito bem recebidos pelos pais que frequentavam o grupo”, relembra.

Após esses 22 anos em parceria com o Aconchego, a funcionária pública destaca que é sempre marcante ver o crescimento das crianças que foram conhecidas pequenas e frágeis. Para ela, vê-los chegar à idade adulta com alegria e saúde preenche o coração.

 

Adoção tardia

Sabe-se que a preferência da maioria das pessoas que está na fila para adotar é por crianças menores. Atualmente, existem mais de 34 mil pretendentes para adoção, entretanto, menos de 10% optam por quem já está acima dos oito anos.  Os bebês, quando são entregues para adoção, de uma forma geral, encontram mais rapidamente uma família para chamar de sua e passam por menos dificuldades relativas ao abandono.

“As crianças mais velhas não são vistas com os mesmos olhos pelos adotantes e acabam perdendo muitas oportunidades de um bom desenvolvimento. Muitas delas ficam no acolhimento até a idade adulta. A adoção de crianças mais velhas pode ser uma grande oportunidade tanto para a família que adota como para eles mesmos, pois ambos têm oportunidade para crescerem e aprenderem juntos. Estas crianças só precisam ser reconhecidas como alguém que tem direito à convivência familiar verdadeira”, destaca Suelly.

Ela reforça que a sociedade ainda sofre com um tabu voltado ao assunto. Questionamentos como de onde a criança veio ou qual o motivo de não adotar um bebê, para ensiná-lo as coisas do próprio jeito da família, costumam ser julgamentos constantes.

“As pessoas não têm noção do que falam e, na maioria das vezes, nos ofende profundamente, pois estão falando dos nossos filhos. Crianças e adolescentes de adoção tardia são visto como desconhecidos e não como integrantes de uma família que os ama verdadeiramente. A empatia, compressão e o respeito às escolhas alheias precisa estar mais presente”, relata.

Suporte

O Aconchego realiza vários encontros, com intuitos variados, para atender aos interessados em entrar no processo de adoção. Para os que aguardam a chegada do(a) filho(a), o “Laços” é indicado. “O grupo possui famílias que estão aguardando o tão esperado telefonema da Vara da Infância e Juventude. Também contamos com psicólogos e outros profissionais que ajudam a diminuir a ansiedade e curiosidade presente nessa fase”, explica Suelly.

Já para os que conseguiram passar pelo processo de adoção, a sugestão é o acompanhamento do Adoção Tardia, que é composto, igualmente, por profissionais qualificados para auxiliar no período de adaptação entre pais e filhos. 

“As redes foram construídas com sensibilidade e empatia. Esse suporte é muito importante, visto que a troca de experiência é fundamental para não nos sentirmos sozinhos nessa tarefa”, destaca.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO – GRUPO ACONCHEGO
Proativa Comunicação
Contatos: Flávio Resende (61 99216-9188) / Gabriella Collodetti (61 99308-5704)
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