Por Mariana Abuchain
Atualmente, o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) conta com 32.791 crianças e adolescentes em acolhimento institucional. Para quem não sabe, este tipo de acolhimento acontece quando crianças e adolescentes – que sofreram maus tratos, abandono ou impossibilidade momentânea de cuidado e proteção por sua família – são recebidos em abrigos, como é o caso da história que você conhecerá agora.
O jovem “Carlos” (nome fictício), de 17 anos, encontrou na adoção uma oportunidade de mudar a sua realidade, reacendendo a esperança de um futuro mais promissor e menos sofrido. Depois de passar por um período de instabilidade, em casas de parentes e conhecidos, encontrou acolhimento no abrigo Casa de Ismael desde 2018..
O rapaz, de traços marcantes e voz em fase de transição, passou por muitas casas antes de se estabilizar no abrigo. Chegou a morar com a irmã, a avó, a tia e até com a madrinha do irmão, sempre por períodos curtos.
Depois de alguns anos sem contato com a mãe, ele e seus cinco irmãos foram morar com ela e o padrasto. Numa rotina de brigas, sentia-se, com frequência, desrespeitado e agredido, física e psicologicamente.
No colégio, passou a ser observado por professores, que sentiam algo diferente. Sua tristeza era perceptível, assim como as marcas de agressão. Por medo, “Carlos” calava-se. Tinha pavor de que, ao dar publicidade a seu sofrimento, piorasse a realidade.
Em um dia muito marcante, que mudou significativamente a sua vida, ele foi à escola, cabisbaixo, e sua professora de Ciência perguntou o que havia ocorrido. Poucas horas antes, ele havia sofrido ameaças e agressões físicas e acabou revelando, muito emocionado, o seu drama para a docente.
Sensibilizados com a situação, alguns professores da escola se juntaram, alugaram uma casa para o adolescente e o ajudaram a se manter com alimentos básicos, por alguns meses.
A partir daí, “Carlos” passou a viver melhor até o dia em que sua genitora descobriu onde ele estava e passou a ameaçá-lo, de novo. Seus amigos, na intenção de apoia-lo, acabaram chamando Conselho Tutelar, que o direcionou para o abrigo Casa de Ismael, em novembro de 2018, quando ele ainda tinha 15 anos.
Sua vida mudou radicalmente para melhor a partir do momento em que passou a ser acolhido. “Tive oportunidades de conhecer pessoas maravilhosas que me incentivaram a me aperfeiçoar”, conta.
Mas nem tudo foram “flores”, na visão de “Carlos”. A vida no abrigo, segundo ele, não é fácil. No acolhimento, a rotatividade é grande, sem contar que há adolescentes com histórico de violência, abuso e drogas. “Muitos não têm esperança de um futuro melhor com a saída do abrigo. Quando completa 18 anos, a grande maioria acaba entrando em situação de rua, por não ter um suporte e acompanhamento após esse período”, lamenta.
Esta angústia tem sido uma constante para “Carlos”, haja vista que a idade máxima também se aproxima para ele. “Tudo parece incerto pra mim, a partir de agora, e vejo muitos de meus colegas na mesma situação”, relata.
Mas a esperança de dias melhores segue viva dentro dele, que tem o objetivo de se profissionalizar, passar em um concurso ou seguir carreira militar, meta para a qual ele tem se dedicando muito.
“Sempre falo que por mais que exista gente ruim, também sempre haverá pessoas boas, que irão nos acompanhar e que farão diferença em nossas vidas”, diz, lembrando que o segredo é viver um dia de cada vez e buscar fazer o que está a seu alcance para construir o futuro que um dia ele sonhou ser protagonista.
É isso aí, “Carlos”! Estamos aqui, na torcida!
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